segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Breves noções de contabilidade


PARA QUEM NÃO ENTENDE NADA DE CONTABILIDADE, VAMOS EXPLICAR MAIS OU MENOS COMO FUNCIONA:

A solteira é .....................Crédito.

A casada é.......................Débito.

A cunhada é.......... Previsão para Devedores Duvidosos.

A bonita é..................Lançamento Certo.

A feia é..........Estorno.

A feia e rica é.............Conta de Compensação

A bonita e rica é.........Lucro Certo.

A ex-namorada é........Saldo de Exercícios Anteriores.

A namorada é...............Resultado de Exercício Futuro.

A noiva é.................Reserva Legal

A esposa é................ Capital Integralizado..

A vizinha é...............Ações de Outras Companhias.

A amante é.................Empresa Coligada.

As que fazem operações plásticas....Obras e Benfeitorias. 

As restantes são.............Obras em Andamento.

As que dão bola são.........Incentivos Recebidos.

As que não são viúvas, casadas ou solteiras são........Contas a Classificar.

As que muito namoram e não se casam são...........Saldo à Disposição da Assembléia.

As que são surpreendidas em flagrante são...............Passivo a Descoberto.

A sogra pode ser classificada como PREJUÍZO ACUMULADO

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Hoje é sexta-feira!!!


Hoje é Sexta-feira!
Acho que, quando a Terra foi criada, escolheram o dia certo para o descanso, o sábado; o dia certo para a oração, o domingo; e a segunda, para depressão. Mas o dia que se tem a maior carga de felicidade da semana é a sexta-feira.

Já pensei que a melhor hora é quando saio do emprego, ou quando acaba a última aula da faculdade, ou quando entro numa festa esperada, ou num bar bacana, ou no aconchego do meu lar. E descobri que o dia todo é especial. Me dá vontade de “mandar flores ao delegado, de beijar o português da padaria”, como diz a música.

Dá vontade de jogar um dota on-line com meus primos/irmãos, de beber cerveja gelada com qualquer um, de conversar com minha mãe, de tocar violão sozinho, de jogar xadrez com meu amigo, encaçapar uma bola de bilhar com meus colegas. Dá vontade de ficar à vontade com minha amada. De vê-la feliz, como eu me sinto toda vez que esse dia mágico da semana chega. Sexta-feira, dia da felicidade, dia do abraço, dia da aproximação do homem com o homem, e deste com Deus. Porque, como diria o pagão, pecar é preciso.
Autor desconhecido.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Nova Bandeira do Brasil

Senhor, tende piedade de nós!


Pelo jeitinho brejeiro da nossa juíza
Pelo perigo constante quando Lula improvisa
Pelas toneladas de botox da Dona Marisa
Senhor, tende piedade de nós!
 
Pelo Marcos Valério e o Banco Rural
Pela casa de praia do Sérgio Cabral
Pelo dia em que Lula usará o plural
Senhor, tende piedade de nós!

Pela jogada milionária do Lulinha com a Telemar
Pelo espírito pacato e conciliador do Itamar
Pelo dia em que finalmente Dona Marisa vai falar
Senhor, tende piedade de nós!

Pela "queima de arquivo" do Toninho (de Campinas) e Celso Daniel
Pela compra do dossiê no quarto de hotel
Pelos "hermanos compañeros" Evo, Chaves e Fidel
Senhor, tende piedade de nós!

Pela volta triunfal do "caçador de marajás"
Pelo Duda Mendonça e os paraísos fiscais
Pelo Galvão Bueno que ninguém agüenta mais
Senhor, tende piedade de nós!

 Pela máfia dos "vampiros" e "sanguessugas"
Pelas malas de dinheiro do Suassuna
Pelo Lula na praia com sua sunga
Senhor, tende piedade de nós!
 
Pelos "meninos aloprados" envolvidos na lambança
Pelo plenário do Congresso que virou pista de dança
Pelo compadre Okamotto que empresta sem cobrança
Senhor, tende piedade de nós!

Pela família Maluf e suas contas secretas
Pelo dólar na cueca e pela máfia da Loteca
Pela mãe do presidente que creceu analfabeta
Senhor, tende piedade de nós!

Pela invejável "cultura" da Adriane Galisteu
Pelo "picolé de xuxu" que esquentou e derreteu
Pela infinita bondade do comandante Zé Dirceu
Senhor, tende piedade de nós!

Pela eterna desculpa da "herança maldita"
Pelo "chefe" abusar da birita
Pelo novo penteado da companheira Benedita
Senhor, tende piedade de nós!

Pela refinaria brasileira que hoje é boliviana
Pelo "compañero" Evo Morales que nos deu uma banana
Pela mulher do presidente que virou italiana
Senhor, tende piedade de nós!

Pelo Ali Babá e sua quadrilha
Pelo Gushiken e sua cartilha
Pelo Zé Sarney e sua filha
Senhor, tende piedade de nós!

Para que possamos ter muita paciência
Para que o povo perca a inocência
E proteste contra essa indecência
Senhor, dai-nos a paz!
(Autor desconhecido)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Amar é...



Amar é...

Quando criança, procurava aprender o que era amar, vendo os bonequinhos do “amar é…” com suas frases de efeito sobre o amor recheado por uma filosofia simples quase de auto-ajuda. Pareciam receitas na confeitaria do afeto.

Também fui ensinado a amar meus pais. Em minha infância, ainda se chegou a seguir a velha fórmula: papai no bolso, mamãe no coração. Quanta distância entre o bolso e o coração! À mãe, a ternura, o carinho, o afeto; ao pai, o trabalho, a autoridade, nenhum doce predileto. Minha geração precisou mudar esse receituário.

Ainda bem que aprendemos a amar nossos pais, como se não houvesse amanhã, da forma como alguém, já do outro lado, nos ajudou a amar as pessoas. Que país poderíamos nos tornar se continuássemos a amar do velho jeito?

Nesse dia dos pais, peço licença para, em nome do amor radical e sem fronteiras, render homenagem a meu filho. Na verdade, agradecê-lo por me fazer pai; por obrigar a revelar o rosto materno da paternidade.

Confesso que tentei projetar um caminho diferente a meu filho: jogar bola, levar ao campo, falar das minas, impor-lhe um clube para o qual torcer, essas coisas que usalmente fazem os pais aos filhos varões. A vida me fez abortar esse filho projetado e mudar o enredo dessa história. Ainda bem, pois aprendi a sair da óbvia condição de pai.

Pequenino, com meu filho fiz coisas que o monopólio das mães e avós não permitem ao pai. Troquei fraldas, limpei cocô, dei chuca e embalei na cadeira para fazer dormir. Até coloquei fio na testa para acabar com o soluço. Rompi os tabus da maternidade, às vezes sobre o desaprovo tácito da mãe. Ah, como é bom ser pai e mãe!

Obrigado, meu filho, por continuar a te amar sem condições. A continuar a vê-lo dormir com o rosto eterno da inocência. Diante das incertezas da juventude atual, tenho a feliz certeza de que sempre serás inocente, diante de um mundo mal, descrente e decadente; imundo mundo pós-moderno.

Amar é se tornar irmão, em sendo pai… Feliz dia com os filhos, nesse dia de pai!
 
Por Cássio Andrade
Retirado do Blog do Gerson

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Quem tem medo da Loba Má?


Quem tem medo da "doutora"  Dilma?

VOU CONFESSAR: Morro de medo de Dilma Rousseff.

Esse governo que tem muitos acertos, mas a roubalheira do governo do PT e o cinismo descarado de LULA em dizer que não sabia de
nada nos mete medo.
Não tenho muitos medos na vida, além dos clássicos: de barata, rato, cobra.
Desses bichos tenho mais medo do que de um leão, um tigre ou um urso, mas de gente não costumo ter medo.

Tomara que nunca me aconteça, mas se um dia for assaltada, acho que vai dar para levar um lero com os assaltantes (espero). Não me apavora andar de noite sozinha na rua e, não tenho medo algum das chamadas "autoridades", só um pouquinho da polícia, mas não muito.

Mas de Dilma não tenho medo; tenho pavor.

Antes de ser candidata, nunca se viu a ministra dar um só sorriso, em nenhuma circunstância. Depois que começou a correr o Brasil com o presidente, apesar do seu grave problema de saúde, Dilma não para de rir, como se a vida tivesse se tornado um paraíso.
Mas essa simpatia tardia não convenceu.

Ela é dura mesmo.

Dilma personifica, para mim, aquele pai autoritário de quem os filhos morrem de medo, aquela diretora de escola que, quando se era chamada em seu gabinete, se ia quase fazendo pipi nas calças, de tanto medo.

Não existe em Dilma um só traço de meiguice, doçura, ternura.

Ela tem filhos, deve ter gasto todo o seu estoque com eles e não sobrou nem um pingo para o resto da humanidade.

Não estou dizendo que ela seja uma pessoa má, pois não a conheço; mas quando ela levanta a sobrancelha, aponta o dedo e fala, com aquela la voz de general da ditadura no quartel, é assustador.

E acho muito corajosa a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, que enfrentou a ministra afirmando que as duas tiveram o famoso encontro. Uma diz que sim, a outra diz que não, e não vamos esperar que os funcionários do Palácio do Planalto contrariem o que seus superiores disseram que eles deveriam dizer. Sempre poderá surgir do nada um motorista ou um caseiro, mas não queria estar na pele da suave Lina Vieira.

A voz, o olhar e o dedo de Dilma, e a segurança com que ela vocifera "suas verdades", são quase tão apavorantes quanto a voz e o olhar de Collor, quando ele é possuído. Quando se está dizendo a verdade, ministra, não é preciso gritar; nem gritar nem apontar o dedo para ninguém. Isso só faz quem não está com a razão, é elementar.

Lembro de quando Regina Duarte foi para a televisão dizer que tinha medo de Lula; Regina foi criticada, sofreu com o PT encarnando em cima dela - e quando o PT resolve encarnar, sai de baixo. Não lembro exatamente de quê Regina disse que tinha medo -nem se explicitou-, mas de uma maneira geral era medo de um possível governo Lula..

Demorei um pouco para entender o quanto Regina tinha razão.

Hoje estamos numa situação pior, e da qual vai ser difícil sair, pois o PT ocupou toda a máquina, como as tropas de um país que invade outro. Com Dilma seria igual ou pior, mas Deus é grande..
Eles não falaram em 20 anos? Então ainda faltam quase 13, ninguém merece.
Seja bem-vinda, Marina Silva. Tem muito petista arrependido que vai votar em você e impedir que a mestra sem mestrado, Dilma Rousseff, passe para o segundo turno.

Outra boa opção é o atual governador José Serra que já mostrou seriedade e competência. Só não pode PT, Dilma e alguém da "turma do Lula".

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Nota de Esclarecimento do Casseta & Planeta


Nota  de esclarecimento do Casseta & Planeta aos Deputados. Em ano eleitoral é sempre importante lembrar essas notícias, mesmo que veículadas a muito tempo atrás.

Vejam a  noticia... depois leiam a resposta do pessoal do  Casseta e Planeta ao Deputados... A Nota de  Esclarecimento realmente é digna dos  Cassetas.
Jornal O GLOBO (BRASÍLIA- DF)

"Câmara  se queixa do 'Casseta &  Planeta': Pressionada  por deputados, a Procuradoria da Câmara vai  reclamar junto à Rede Globo pelas alusões  feitas no programa 'Casseta & Planeta'  exibido terça-feira passada.

Os parlamentares  reclamaram especialmente do quadro em que foram  chamados de 'deputados de programa'. Nele, uma  prostituta fica indignada quando lhe perguntam  se ela é deputada!

O quadro em que são vacinados  contra a 'febre afurtosa' também provocou  constrangimento.

Na noite de  quarta-feira, um grupo de deputados esteve na  Procuradoria da Câmara para assistir à fita  do programa. Segundo o procurador Ricardo Izar  (PMDB-SP), duas parlamentares choraram  (coitadinhas). Izar se encontrará segunda-feira  com representantes da emissora, para tentar um  acordo, antes de recorrer à Justiça.

O presidente da  Câmara também se disse indignado: - O programa  passou dos limites. Eles têm talento suficiente  para fazer graça sem desqualificar a instituição  (que instituição?), que garante a liberdade para  que façam  graça.

O diretor da  Central Globo de Comunicação, Luís Erlanger,  disse que a rede só se pronuncia sobre  ações judiciais, depois de serem  efetivadas.

Os humoristas do  Casseta & Planeta não quiseram falar sobre o  assunto, dizendo não querer  'dar importância à  concorrência' . Segue agora a Nota de Esclarecimento enviada pelos Cassetas:
 
NOTA  DE  ESCLARECIMENTO
Foi  com surpresa que nós, integrantes do Grupo  CASSETA & PLANETA, tomamos conhecimento,  através da imprensa, da intenção do presidente  da Câmara dos Deputados de nos processar por  causa de uma piada veiculada em nosso programa  de televisão. Em vista disso, gostaríamos de  esclarecer alguns pontos:

1.  Em nenhum momento tivemos a intenção de  ofender  as  prostitutas . O  objetivo da piada era somente de comparar duas  categorias profissionais que aceitam dinheiro  para mudar de posição.

2.  Não vemos nenhum problema em ceder um espaço  para o direito de Resposta dos deputados. Pelo  contrário, consideramos o quadro muito adequado  e condizente com a linha do programa.

3.  Caso se decidam pelo direito de resposta,  informamos que nossas gravações ocorrem às  segundas-feiras, o que obrigará os deputados a '  interromper seu descanso  ..'
Equipe  do Casseta &  Planeta

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Diário de uma mulher motorista


Diário de uma mulher motorista

Querido diário,

- 5 de Janeiro

Passei no exame de direção!
Posso agora dirigir o meu próprio carro, sem ter que ouvir as recomendações dos instrutores, sempre dizendo:'por aí é sentido proibido!', 'Vamos sair da contra-mão!', 'Olha a velhinha!', 'Freia! Freia!', e outras coisas do gênero. Nem sei como agüentei estes últimos dois anos e meio...

- 8 de Janeiro
 A Auto-Escola fez uma festa de despedida para mim!
Fiquei muito emocionada!
Os instrutores nem sequer deram aulas!
Um deles disse que ia à missa... Julgo que vi outro com lágrimas nos olhos e todos disseram que iam embebedar-se, para comemorar.
Achei simpática a despedida, mas penso que a minha carteira não merecia tal exagero.
Êles foram muito generosos! Umas gracinhas mesmo!
 
- 12 de Janeiro
Comprei meu carro e, infelizmente, tive que deixá-lo na concessionária para substituir o pára-choque traseiro, pois, quando tentei sair, engatei marcha a ré ao invés da primeira.
Deve ser falta de prática! Também, há uma semana que não dirijo...
 
- 14 Janeiro

Já tenho o carro.
Fiquei tão feliz ao sair da concessionária, que resolvi dar um passeio.
Parece que muitos outros tiveram a mesma idéia, pois fui seguida por inúmeros automóveis, todos buzinando como num casamento.
Para não parecer antipática, entrei na brincadeira e reduzi a velocidade de 10 para 5 km por hora.
Os outros gostaram e buzinaram ainda mais.
Foi muito legal...
 
- 22 Janeiro
Os meus vizinhos são impecáveis.
Colocaram posters avisando em grandes letras 'ATENÇÃO ÀS MANOBRAS' e marcaram, com tinta branca florescente, um lugar bem espaçoso para eu estacionar e, para minha segurança e conforto,proibiram os filhos de saírem à rua enquanto durassem as manobras.
Penso que é tudo para não me perturbarem.
Ainda há gente boa neste mundo...
 
- 10 de Fevereiro
Os outros motoristas tem hábitos estranhos.
Além de acenarem muito, estão sempre gritando.
Não escuto nada, por estar com os vidros fechados, mas parece que querem dar informações.
Digo isto porque julgo ter percebido, através de leitura labial, um deles dizendo:
'Vai para casa '.Não sei como ele adivinhou para onde eu ia! Acho isso espantoso.
De qualquer modo, quando eu descobrir onde fica o botão que desce os vidros, vou tirar muitas dúvidas.
 
- 19 de Fevereiro
A Cidade é muito mal iluminada.
Fiz hoje meu primeiro passeio noturno e tive de andar sempre com o farol alto aceso, para ver direito.
Todos os motoristas com quem cruzei pareciam concordar comigo, pois também ligaram o farol alto e alguns chegaram mesmo a acender outros faróis que tinham.
Só não percebi a razão das buzinadas.
Talvez para espantar algum bicho. Sei lá.
 

- 26 de Fevereiro
Hoje me envolveram num acidente.
Entrei numa rotatória e como tinha muito carro (não quero exagerar mas deviam ser, no mínimo, uns quatro!), não consegui sair.
Fui dando voltas bem juntinho ao centro, à espera de uma oportunidade,
de tal forma que acabei por ficar tonta e bati no monumento no centro da rotatória.
Acho que deviam limitar a circulação nas rotatórias a um carro de cada vez.
 
- 3 de Março
Estou em maré de azar.
Fui buscar o carro na oficina e, logo na saída, troquei os pés, acelerando fundo em vez de frear.
Bati num carro que ia passando, amassando todo o lado direito.
O motorista , por coincidência, era o inspetor que me aprovou no exame de direção.
Um bom homem, sem dúvida.
Insisti em dizer que a culpa era minha, mas ele educadamente, não parava de repetir para si mesmo:
'É tudo minha culpa! É tudo minha culpa!Que Deus me perdoe!'

domingo, 1 de agosto de 2010

Você é hands on?

Você é Hands On?

Vi um anúncio de emprego. A vaga era de Gestor de Atendimento Interno, nome que agora se dá à Seção de Serviços Gerais. E a empresa exigia que os interessados possuíssem - sem contar a formação superior - liderança, criatividade, energia, ambição, conhecimentos de informática, fluência em inglês e não bastasse tudo isso, ainda fossem HANDS ON. Para o felizardo que conseguisse convencer o entrevistador de que possuía essa variada gama de habilidades, o salário era um assombro: 800 reais. Ou seja, um pitico.

Não que esse fosse algum exemplo fora da realidade. Ao contrário, é quase o paradigma dos anúncios de emprego. A abundância de candidatos permite que as empresas levantem cada vez mais a altura da barra que o postulante terá de saltar para ser admitido. E muitos, de fato, saltam. E se empolgam. E aí vêm as agruras da super-qualificaçã o, que é uma espécie do lado avesso do efeito pitico...

Vamos supor que, após uma duríssima competição com outros candidatos tão bem preparados quanto ela, a Fabiana conseguisse ser admitida como gestora de atendimento interno.. E um de seus primeiros clientes fosse o seu Borges, Gerente da Contabilidade.

Seu Borges:
-- Fabiana, eu quero três cópias deste relatório.
Fabiana:
-- In a hurry!
Seu Borges:
-- Saúde.
Fabiana:
-- Não, Seu Borges, isso quer dizer "bem rapidinho". É que eu tenho fluência em inglês. Aliás, desculpe perguntar, mas por que a empresa exige fluência em inglês se aqui só se fala português?
Seu Borges:
-- E eu sei lá? Dá para você tirar logo as cópias?
Fabiana:
-- O senhor não prefere que eu digitalize o relatório? Porque eu tenho profundos conhecimentos de informática.
Seu Borges:
-- Não, não.. Cópias normais mesmo.
Fabiana:
-- Certo. Mas eu não poderia deixar de mencionar minha criatividade. Eu já comecei a desenvolver um projeto pessoal visando eliminar 30% das cópias que tiramos.
Seu Borges:
-- Fabiana, desse jeito não vai dar!
Fabiana:
-- E eu não sei? Preciso urgentemente de uma auxiliar.
Seu Borges:
-- Como assim?
Fabiana:
-- É que eu sou líder, e não tenho ninguém para liderar. E considero isso um desperdício do meu potencial energético.
Seu Borges:
-- Olha, neste momento, eu só preciso das três cópias.
Fabiana:
-- Com certeza. Mas antes vamos discutir meu futuro...
Seu Borges:
-- Futuro? Que futuro?
Fabiana:
-- É que eu sou ambiciosa. Já faz dois dias que eu estou aqui e ainda não aconteceu nada.
Seu Borges:
-- Fabiana, eu estou aqui há 18 anos e também não me aconteceu nada!
Fabiana:
-- Sei. Mas o senhor é hands on?
Seu Borges:
-- Hã?
Fabiana:
-- Hands on....Mão na massa.
Seu Borges:
-- Claro que sou!
Fabiana:
-- Então o senhor mesmo tira as cópias. E agora com licença que eu vou sair por aí explorando minhas potencialidades. Foi o que me prometeram quando eu fui contratada.

Então, o mercado de trabalho está ficando dividido em duas facções:
1 - Uma, cada vez maior, é a dos que não conseguem boas vagas porque não têm as qualificações requeridas.
2 - E o outro grupo, pequeno, mas crescente, é o dos que são admitidos porque possuem todas as competências exigidas nos anúncios, mas não poderão usar nem metade delas, porque, no fundo, a função não precisava delas.

Alguém ponderará - com justa razão - que a empresa está de olho no longo prazo: sendo portador de tantos talentos, o funcionário poderá ir sendo preparado para assumir responsabilidades cada vez maiores.

Em uma empresa em que trabalhei, nós caímos nessa armadilha. Admitimos um montão de gente superqualificada. E as conversas ficaram de tão alto nível que um visitante desavisado confundiria nossa salinha do café com a Fundação Alfred Nobel.

Pessoas superqualificadas não resolvem simples problemas!

Um dia um grupo de marketing e finanças foi visitar uma de nossas fábricas e no meio da estrada, a van da empresa pifou. Como isso foi antes do advento do milagre do celular, o jeito era confiar no especialista, o Cleto, motorista da van. E aí todos descobriram que o Cleto falava inglês, tinha informática e energia e criatividade e estava fazendo pós-graduação... só que não sabia nem abrir o capô. Duas horas depois, quando o pessoal ainda estava tentando destrinchar o manual do proprietário, passou um sujeito de bicicleta. Para horror de todos, ele falava "nóis vai" e coisas do gênero. Mas, em 2 minutos, para espanto geral, botou a van para funcionar. Deram-lhe uns trocados, e ele foi embora feliz da vida.

Aquele ciclista anônimo era o protótipo do funcionário para quem as Empresas modernas torcem o nariz: O QUE É CAPAZ DE RESOLVER, MAS NÃO DE IMPRESSIONAR.

Max Gehringer
Revista EXAME