sábado, 10 de abril de 2010

A final do BBB 10 teve algo a mais a dizer



Talvez por outros motivos, talvez pelo que eu acredito, fato é que a final do Big Brother Brasil 10 teve muito mais a dizer que apenas o número estúpido de mais de 150 milhões de votos (um dos motivos “que me faz xingar essa merda de programa que eu me amarro”). A vitória de Marcelo Dourado não foi apenas o símbolo de superação do rapaz que sempre se fudeu na vida e até antes do programa morava num barraco e dava aulas para crianças com síndrome de down. Sua vitória foi um desabafo do povo brasileiro, um grito no escuro para todos os que tentam nos fazer engolir comportamentos.

Ninguém é obrigado a gostar de nada! Tão assim, ninguém deve ser obrigado a falar bem de coisa alguma. Precisamos do nosso direito à discordância seja no que for. Para muitos, isso significou razão o suficiente para chamar Dourado de homofóbico, pelo simples fato dele não venerar gays, não falar bem de gays e deixar claro que, apesar de respeitar, é algo que o incomoda dentro de um ciclo social onde está presente.

Dourado, assim como você, ou eu, tem esse direito. Não o direito ao desrespeito, ao xingamento ou à humilhação, mas o direito à discordância e o direito de negar respeitosamente. É o famoso: “você pode dar a bunda, eu não tenho nada com isso, mas não venha dá-la do meu lado porque isso me incomoda”. Isso não é homofobia, mas uma simples opinião e preferência. Como disse felipeneto em seu Twitter:


Há muito o movimento vem mudando. Aqueles que por séculos foram oprimidos ganharam voz. Porém, ao invés de começarem a transmitir uma mensagem de paz, amor e aceitação, que sempre foi o que defenderam, muitos passaram para a ignorância. Acusam, apontam dedos e entram na defensiva quando qualquer outro ser humano dá uma simples opinião questionadora ao preceito da homossexualidade.

“Homofóbico! Homofóbico! Homofóbico!” – Martelam até não poder mais, mesmo que completamente errados.

Esse ideal se espalha, atinge cada vez mais gente, que começa a entender QUALQUER comentário levemente questionador à homossexualidade como homofóbico e passível de, vejam só que curioso, preconceito. Dourado foi categórico em sua afirmação a Serginho, no programa:

“Desculpa, mas eu realmente não gosto de saber que fulano deu pra não sei quem ou beijou não sei quantos outros homens. Desculpa mesmo, mas se eu ficasse falando de vale tudo e sangue jorrando enquanto jantamos você também não iria gostar”.

E aí, o que seria Serginho? Sanguejorrandofóbico?


A tendência dos acontecimentos que vêm acontecendo de forma avassaladora leva cada vez mais para que, num futuro nem tão distante, existam afirmações do tipo: “Nossa, ele não fica com outros homens? Como assim? Ele se acha especial por acaso? Aff, que homofóbico”. – Basta uma leve observação e você consegue enxergar esse tipo de cenário. Afinal, se pedir pra não falar sobre pegação entre homens é ser homofóbico, o que será daqui a um século?

Defendo os direitos homossexuais. Defendo a igualdade entre todos. Mas, da mesma forma, defendo que qualquer pessoa possa colocar-se numa posição respeitosa contrária ao comportamento homossexual. Veja bem, eu disse RESPEITOSA e, na minha concepção, isso significa limitar-la a si mesmo e não tentar convencer os outros de que a homossexualidade é errada, pecaminosa ou qualquer outro termo pejorativo.

Liberdade a todos os que têm opiniões mantendo o respeito. Parabéns Marcelo Dourado por não engolir algo que tentaram te fazer engolir à força e, principalmente, ao povo brasileiro por não tê-lo julgado da forma errada.

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