segunda-feira, 19 de abril de 2010

Paysandu, clube de guerreiros do futebol paraense


Paysandu, clube de guerreiros do futebol paraense

O Paysandu Sport Club, que dentro de quatro anos comemora seu primeiro centenário, já travou verdadeiras guerras dentro de campo. Não é exagero dizer que o time teve seu nome escolhido, literalmente, por causa de um feito heróico dentro de um conflito bélico. A homenagem, em 1914, fez alusão à transposição, pela Marinha de Guerra do Brasil, do Passo do Paysandu na Guerra do Paraguai, e, talvez por causa dessa origem combativa, a torcida identifique nos atletas o perfil dos guerreiros, verdadeiros defensores da bandeira alvi-azul, a do Papão da Curuzu.


O Nort Club brigou com a Liga Paraense de Football e resolveu criar um novo clube, capaz de vencer todos os seus adversários naquele 1914. Já pressentindo o perigo de um rival à altura, o Clube do Remo não gostou nada da idéia e tentou fazer com que um dos líderes do Nort Club, Hugo Manoel de Abreu Leão, esquecesse o assunto. Não adiantou! No dia 2 de fevereiro daquele ano, nascia o maior de todos os campeões paraenses (até o momento com 43 títulos), presidido por Deodoro de Mendonça e que nas décadas seguintes teria no elenco estrelas como o goleiro Castilho (titular da seleção brasileira na Copa de 1954) e Quarentinha, eleito pela crônica esportiva o Maior Atleta do Futebol Paraense no Século XX.

O Paysandu já teve vários grandes times. Nos anos 40 formou o conhecido “Esquadrão de Aço”, que arrebatou o título local cinco vezes e aplicou o até hoje inigualável 7 x 0 no Clube do Remo. Na década de 60, ganhou o Campeonato Paraense sete vezes, comandado por Quarentinha, ainda o líder do elenco que bateu o Peñarol, campeão do mundo de 1965, por 3 x 0, em amistoso na Curuzu.

O adversário tinha nada menos que a base da seleção uruguaia da época e contava com Ladislao Mazurkiewicz (goleiro que levou o “drible da vaga” de Pelé, na Copa de 70), Pedro Rocha (ídolo do São Paulo anos depois) e Cubillas (atacante que marcou o gol que quase matou do coração a torcida brasileira, em 70), dentre outros nomes. Por outro lado, no começo do século XXI, chegou à incrível média de um título a cada quatro meses: tricampeão paraense em 2000, 2001 e 2002, bicampeão da série B em 2001 e campeão da Copa Norte e da Copa dos Campeões, em 2002.

Um momento emocionante para os bicolores foi a quebra do tabu dos 33 jogos. Os azulinos não cansam de lembrar que entre 31 de janeiro de 1993 e 7 de junho de 1997 o Remo não perdeu um único jogo para o Papão. Mas naquela junina noite de sábado os atacantes Vital e Vagner quebraram a escrita e, ao final do jogo, tinha jogador atravessando o Mangueirão de joelhos, torcedor chorando nas arquibancadas e carreatas pelas ruas da cidade, para celebrar o que parecia um título de Copa do Mundo. Quando se fala de Paysandu, qualquer que seja a demonstração de paixão nunca é exagerada, segundo os torcedores. 

Anos dourados em azul e branco

Além de 1914, quando foi fundado, outros dois anos são mais que especiais para os alvi-azuis: 2002 e 2003. Ao lado dos já citados títulos de campeão do Norte e campeão dos Campeões, o Papão ainda disputou, em 2003, a inédita Taça Libertadores da América. E o melhor de tudo: fez oito jogos, ganhou cinco, empatou dois e perdeu apenas um, para o poderoso Boca Juniors, que por sinal ganharia a Libertadores e o Mundial de Clubes naquele 2003. Ou seja: o Paysandu perdeu em casa, é verdade, no jogo de volta, por 4 x 2, mas perdeu para o campeão do mundo!

O jogo de ida, no estádio La Bombonera, em Buenos Aires, já faz parte da história do futebol mundial. Não apenas pela vitória do Papão sobre os donos da casa (1 x 0, gol de Iarley), e ainda por cima com dois jogadores a menos (Robson e Vanderson foram expulsos) mas pelo fato de, até então, apenas o inigualável Santos de Pelé ter vencido o time argentino em seus domínios, em jogos válidos pela Taça Libertadores.

A participação na Libertadores, em 2003, deu ao Papão, por sinal, um outro motivo de orgulho: até hoje é o único time da região Norte a aparecer no ranking da IFFHS, que indica os melhores clubes do mundo para a Fifa. Na ocasião, o bicolor apareceu como 39° melhor do planeta, além de ser destaque na imprensa nacional como o time que “mais evoluía no mundo”.

Heróis cultuados pelos bicolores

Paulo Benedito Santos Braga, o Quarentinha, estreou no Paysandu em 1955. Dezoito anos depois, quando parou de jogar, já havia conquistado 12 campeonatos paraenses, dentre outros títulos. É o maior ídolo de toda a história bicolor e maior craque do futebol no Pará no século XX, segundo votação da crônica esportiva.

Junto com ele aparecem, na galeria dos ídolos alvi-azuis, Bené, o maior artilheiro da história do Papão, com 249 gols; Carlos Alberto Urubu, o artilheiro que sempre marcava gols no final do jogo, para desespero especialmente do Clube do Remo; o volante Beto e seu estilo raçudo e técnico e o veloz zagueiro Abel, famoso por sempre se antecipar aos atacantes.

Não podem ser esquecidos o centroavante Cabinho, maior artilheiro do Brasil em 1987, com 24 gols; o meia-atacante Luizinho das Arábias, craque que brilhou nos anos 80; Charles Guerreiro, o “príncipe” que, acima de tudo, tratava o adversário com lealdade, Robson, o “Robgol”, craque e artilheiro do time na Libertadores, com sete gols, Vandick, o “terror das decisões”, e um dos principais personagens na conquista da Copa Norte e Copa dos Campeões, dentre muitos outros heróis bicolores. 


Por que se orgulhar?

O Paysandu Sport Club é o maior de todos os campeões paraenses (43 títulos), é o primeiro e último time do Pará campeão dos Campeões, é, até agora, o único time do Norte a disputar uma Taça Libertadores da América, a única equipe, além do Santos de Pelé, a vencer o Boca Juniors, dentro de La Bombonera, em partida válida pela Libertadores, e único time da região a aparecer no ranking da IFHHS, que aponta os melhores clubes do mundo. 

Um comentário:

  1. sem duvida o paysandu é o melhor...independente de série o paysandu é o melhor do norte do brasil e do pará!e concerteza um dia esse clube
    voltrá ao seu lugar...de onde nunk deveria ter
    saido que é está na primeira divisão.Daniel Abartetuba pará.

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